Entenda acordo comercial entre EUA e Japão | JP INTERNACIONAL
Os Estados Unidos e o Japão, duas das maiores economias do mundo, chegaram ao acordo comercial para evitar o tarifaço instituído pelo presidente Donald Trump, ou pelo menos parte dele. Foram oito rodadas de negociações para que os dois países chegassem a esses termos que a gente vai apresentar para vocês a partir de agora. Os produtos japoneses exportados pros Estados Unidos serão tarifados em 15%, menos do que os 25 ameaçados por Donald Trump. Lá no começo do mês, já no ramo dos automóveis, onde estão concentrados 8% dos empregos do Japão, as tarifas também serão de 15%, incluindo 2,5 pontos percentuais que já existiam anteriormente. Já os setores do aço e do alumínio, isso mexe diretamente com a economia aqui do Brasil, não foram incluídos nesse acordo e vão continuar com as tarifas de 50%. Em troca da redução da taxação que a gente vinha falando, o Japão se comprometeu a investir até 550 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Isso porque o país asiático já é o que mais investe no território americano se você considerar todos os países do mundo. O que que a gente pode esperar? Então, mais investimentos nas áreas de semicondutores, isso é muito importante hoje em dia, produtos farmacêuticos, energia e também tecnologia, principalmente a questão da inteligência artificial. E além disso tudo, os Estados Unidos também esperam ter um acesso ainda maior ao mercado japonês. Os americanos querem ampliar a presença de marcas de automóveis no país asiático e também de produtos agrícolas como o arroz. Agora, quando a gente fala de marcas de automóveis, a gente lembra, o Japão é um país com várias montadoras conhecidas que vendem tanto pros Estados Unidos quanto aqui pro Brasil. Historicamente, esse é um mercado onde o Japão consegue mandar muito mais veículos para os Estados Unidos do que o contrário. As montadoras americanas não conseguem ir muito bem lá no Japão. Agora, será que esse acordo ficou bom? Para falar mais sobre isso, a gente recebe o professor de administração da ESPM, Jorge Ferreira. Professor, seja muito bem-vindo ao JP Internacional. Boa tarde, Fabrício. Um prazer receber você por aqui. Professor, a gente vinha analisando muito bem esse acordo. O primeiro ministro do Japão, Xigeiro Shiba, afirmou que é uma boa negociação pros japoneses, porque de todos os países que t a superavit comercial com os Estados Unidos, o Japão é quem acabou ficando com a menor taxação. É, faz sentido então entender que esse é um acordo positivo pro Japão nesse momento, nesses termos que a gente viu aqui? É o o inclusive ele foi a público falando, né, primeiro ministro falando que foi uma vitória diplomática, né? Eh, o acordo faz sentido no atual cenário, né? Eh, o Japão ele tinha uma preocupação muito grande com a tarifação de 25%. Eh, a economia japonesa, ela vive uma uma situação que é um pouco diferente das dos demais países, né? Ela vem de uma estagnação muito grande, um ambiente pouco inflacionário. E aí, eh, eles têm até uma meta, o Banco do Japão, Bank of Japan, né, ele tem, que é o Banco Central Japonês, ele tem uma meta de inflação sustentada, ele ele é um exercício contrário do que o que a gente conhece, né? Normalmente os bancos centrais eles eles eles tentam conter a inflação. A preocupação do banco do Banco Central do Japão durante muito tempo era uma preocupação com a estagnação econômica e nos patamares dos 25% e a economia japonesa ela acabaria não cumprindo a meta de 2% de inflação. Eh, com esses 15%, o Japão, a política monetária japonesa volta pro jogo, né? Eh, já tem o próprio os próprios os próprios representantes do Banco Central Japonês falaram que com esse com esse acordo eh a política monetária japonesa possivelmente vai voltar voltar para ambiente que eles chamam eh meta inflacionária sustentada, que dá um pouco que dá pro Japão um pouco de condições de de retomar eh uma condição de consumo mais favorável que favoreça o crescimento e não estagnação, né? na quantidade de inflação que o Banco Central Japonês acha adequada, que é de 2% ao ano. Eh, mas eu eu reitero que é eh esse acordo ele é uma vitória considerando o atual ambiente internacional eh que eh recebe os nombres que a gente tem dado, tarifaço, guerra tarifária. Eh, dentro desse dentro desse cenário em que a gente teve uma mudança eh de posicionamento dos Estados Unidos, é sim uma vitória pro Japão, né? É, pois é. A gente falava até ano passado, né? tarifa média para importação lá nos Estados Unidos era de 2,5 a 4,5%. Agora esse número mudou muito. A gente tá aqui diante de um outro cenário. Professor, o que a gente tem escutado de muitos economistas ao redor do mundo nessas últimas semanas é de que uma tarifa de até 15% aplicada pelos Estados Unidos contra outro país, como é o caso do Japão, ela não chega a ser exatamente tão impeditiva assim. que essa é uma tarifa que, embora seja alta, acima daquele patamar que eu mencionei do ano passado, ela permite que o mundo consiga manter a economia girando, ainda que em passos mais lentos. Você acredita que esse é o limite da taxação dos Estados Unidos que faz com que a economia continue girando sem provocar um risco de uma recessão mundial ou a gente tá falando ainda de 15% como um valor muito alto? É, 15% é um valor muito alto. É o que os economistas têm comentado é o seguinte, para indústrias muito eficientes e para empresas prestadoras de serviço também muito eficientes, os 15% eles podem ser contrabalançados pela eficiência da daquela indústria ou da ou do prestador de serviço, né? Eh, os serviços não entram muito, não estão no âmbito das tarifas, então vamos ficar mais no âmbito da indústria mesmo, né? para uma indústria muito eficiente. Aí você citou, né, o caso da indústria automotiva japonesa, que é muito eficiente, né, esses 15% eles podem ser absorvidos eh eh dentro dessa dessa dessa pujança de eficiência que que a indústria tem. Então assim, é um é um valor limite, eh ele ele ele não prejudica as indústrias que conseguem performar melhor, mas ele é um valor que vai dar um pouco de dor de cabeça para aqueles setores da da economia, né, que não não performam tão bem, né? Então assim, eu acho que vale ponderar. A gente, os economicins estão estão trabalhando com esse número, virou um número mágico aí, né? eh, de linha d’água, eh, em que a tarifa não prejudica a eficiência, mas ele tem um efeito, ele tem um efeito de acertar justamente setores da indústria ou indústrias ou ou fábricas eh dentro de uma indústria que não são tão eficientes assim. Sim. Agora, professor, tem uma outra questão aqui interessante pra gente tratar, né? Economia não se trata apenas de números. Então, a gente fala aqui da questão humana também. O mercado japonês, a gente fala principalmente dos automóveis, ele costuma ser um mercado bem voltado pra produção local mesmo, né? As montadoras japonesas reinam no Japão, isso não é segredo para ninguém. Esse acordo fala de uma abertura cada vez maior para produtos americanos nesse mercado. Mas uma coisa é você ter isso no papel, outra coisa é isso acontecer na prática. Você acredita que os americanos vão conseguir de fato essa entrada no mercado japonês, principalmente nesse setor de automóveis, ou a situação deve continuar mais ou menos como já é hoje em dia? Eh, eu acredito que tenha espaço, mas como você próprio comentou, eh, a indústria, primeiro, a indústria de automóveis japones é muito eficiente, eh os carros têm muita qualidade e os japoneses têm um hábito de consumo, de privilegiar produtos nacionais. Sim. Então assim, mesmo com esse equilíbrio de tarifas, o desafio paraa indústria automotiva eh média do do de consumo médio dos Estados Unidos, ele é bastante alto, né? Eh, teria que haver um esforço para além do equilíbrio de tarifas, um esforço todo voltado à estratégia de marketing, eh adaptação do dos produtos ao gosto do do consumidor japonês para que essa política fosse se tornasse efetiva para que o o a indústria, por exemplo, a indústria automotiva dos Estados Unidos ganhasse espaço dentro do consumo japonês. Professor, uma outra pergunta aqui pra gente trabalhar um pouquinho. É, o prazo que Donald Trump deu pra entrada em vigor das tarifas é primeiro de agosto, ou seja, sexta-feira da semana que vem. Agora, muitos países, blocos comerciais importantes como a União Europeia ainda estão negociando. O que negociando com a Casa Branca, no caso, o que a gente tem visto também e declarações de políticos, de nomes importantes do governo americano, é de que esse acordo com o Japão, por se tratar da quarta maior economia do mundo, um parceiro comercial muito importante em um cenário muito pujante que é o da Ásia, ele pode servir de base para outros acordos comerciais que ainda estão sendo negociados. Você acha que os Estados Unidos vão atrás de acordos parecidos com esse? O que que os Estados Unidos ganham principalmente aqui? Eles estão ganhando com as tarifas, com a promessa de investimentos dentro do seu mercado ou então com o acesso a mercados estrangeiros? Qual que é o grande trunfo pros americanos? É o governo. V vamos endereçar primeiro isso que você colocou, a primeira parte da pergunta que eu acho que pra gente já estabelecer algumas bases. Sim. os 15%, o acordo do jeito que ele saiu, que ele foi feito com o Japão, ele estabelece um benchmark, principalmente para duas economias muito próximas ali, que são a economia da Coreia do Sul, que tem uma base industrial relativamente parecida com a base eh japonesa, né? E e é uma economia que cresceu muito nas últimas décadas e para Taiwan eh também serve de de também serve de benchmark. Então assim, o efeito direto para pros negociadores dos Estados Unidos, que eu tenho assim e é é assim é muito fácil de entender o seguinte, né? As negociações com esses dois países vão ser orientadas pelo acordo que foi conseguido com o Japão, né? Porque são economias que estão ali muito próximas da região. A economia da, como eu citei, a economia da Coreia do Sul, ela é uma economia que tem uma base industrial muito parecida com a japonesa e cresceu muito ao longo do ao longo das últimas décadas. Então, serve de padrão, sim. Eh, eu eu entendo que assim vai aparecer na mesa esse acordo feito com o Japão no acordo na na discussão dos acordos com a União Europeia, mas a União Europeia tem um posicionamento diferente. Eh, vai servir sim de base, mas eu entendo que o nível de pressão ali em cima da Europa é um pouco diferente. E professor para de por favor que você comentou na segunda parte da questão, eh, de algum modo o a gestão, a gestão Trump, ela tem uma obsessão por por essa guerra tecnológica, né, que que tá acontecendo e pelos insumos relacionados à guerra tecnológica, que não sai do discurso lá do presidente Trump, que é o que é são as terras raras, né? Existe uma preocupação muito grande. Cada localidade no mundo, a começar da Ucrânia e passando pelo pelo Brasil, que ainda não tem nem sinalização tem um acordo, em algum momento na mesa de negociação aparece, ah, se você tem terras raras, a gente quer ter algum tipo de monopólio no na exploração, né? Tudo isso ligado àquele conceito de assim, precisamos proteger as bigtecs. E esse é um mercado asiático que é muito importante os Estados Unidos se reposicionarem, né? Porque nos últimos anos a gente tem visto a China crescer cada vez mais, né? cresceu cada vez mais. E aí, por que por que que eu eu eu usei esse eh por que que eu segui esse caminho? Porque o Japão tá se propondo a fazer um investimento, a gente não sabe como é que ele vai ser ainda ao longo dos próximos anos 500 bilhões de dólar, 550 bilhões de dólares. Isso é um acordo sem precedentes na na história. Não tem nada parecido na história recente de acordo de investimento, justamente nessas áreas em que os Estados Unidos estão estão perseguindo se manter à frente do seu principal concorrente, que é a China, né? Então assim, o que eu percebo aí desse acordo é eh os Estados Unidos eles acabam estabelecendo o benchmarket investimento na indústria local de tecnologia e energia, que são as duas grandes frentes de disputa entre Estados Unidos e China, né? Perfeito. A gente conversou com o professor de administração da SPM, economista Jorge Ferreira dos Santos Filho. Professor, muito obrigado pela sua participação, sua estreia aqui no JP Internacional também. Muito obrigado, Fabrízio. Até uma próxima. Yeah.
Os Estados Unidos e o Japão firmaram um acordo comercial com a menor taxação aplicada a um país com superávit com os americanos. A medida contrasta com a política de “guerra tarifária” de Donald Trump, levantando questões sobre o futuro das relações comerciais globais. O professor Jorge Ferreira analisa o cenário das disputas comerciais e as implicações deste novo pacto.
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6 Comments
Parabéns Trump 👏🏿
Nao compro carro americanos, prefiro carros japoneses, sao superiores
Não foi um acordo, foi um massacre kk 15 A 0 vamos ver se uma renúncia do ministro japonês nos próximos meses
O Japão não tinha saída ,pq depende dos EUA na economia e na defesa do país !
Esse é o problema de os EUA seu maior parceiro comercial!
O pensamento do Japão é da União Europeia é ceder nessas taxas de 15% para os EUA ter uma inflação é culminar na derrota do partido republicano no ano que vem !
Se um
País taxa os produtos em 15% quem essa taxa é importador e repassa ao consumidor que gera inflação!
Nem adianta pensar que zerar os impostos da polução lá pq o governo vai ter mais impostos pagos pelo importador ,essa conta não vai fechar !
Uma coisa que eu não vi ninguém comentando é que o Japão ele ele o governo Japão impõe a população custos mais caro sobre a documentação dos carros importados Estados Unidos frente ao carro japonês por exemplo o licenciamento de um carro japonês leva dois anos pra pessoa renovar frente a um carro americano seria de um ano Isso é um custo muito alto para o japonês comum que acaba não conseguindo comprar o carro americano devido às taxas imposta pelo governo, obrigando o povo japonês ser mais nacionalista mesmo fazendo o mundo pensar que o Japão é um povo nacionalista não é somente isso realmente é a questão burocrática o governo japonês ele impõe regras mais burocráticas sobre um carro americano frente o carro japonês qualquer pessoa pensa duas vezes em relação a um carro importado no Japão isso que tem que ser colocado em pauta não adianta simplesmente fazer um acordo com os Estados Unidos e manter as mesmas regras antigas as pessoas elas têm as suas condições baixas e vão acabar dando preferência ao carro japonês eu creio que o governo japonês deve igualar a a documentação dos veículos importado e dos japoneses facilitando você tomar escolha porque com esse jogo a pessoa não tem opção a não ser comprar o carro japonês
Japoneses não são fãs de carros americanos … Consomem muito combustível … Compra carro americano quem gosta .