Entenda acordo dos EUA com o Japão na disputa por terras raras
A especialista em geopolítica Biazita Gomes afirma que os acordos dos EUA com Japão e Austrália sobre terras raras têm como pano de fundo uma estratégia de segurança e contenção à China, diante da escassez desses materiais nos Estados Unidos.
Segundo Biazita, os Estados Unidos não possuem reservas significativas de terras raras — elementos essenciais para a produção de tecnologias avançadas, como baterias, semicondutores e armamentos. Por isso, o país tem buscado parcerias com nações que detêm esses recursos. O Japão, por exemplo, possui grandes depósitos de terras raras no fundo do mar, próximos a uma ilha no Pacífico. A quantidade é tão expressiva que, segundo a analista, pode rivalizar com o domínio da China, que hoje processa mais de 90% das terras raras do mundo.
O acordo firmado entre Donald Trump e a primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi prevê a cooperação para a retirada desses materiais do oceano, com foco em mineração e processamento. A Casa Branca declarou que o objetivo é garantir a segurança das cadeias de suprimento e reduzir a dependência da China.
Biazita também destaca um segundo acordo, entre os EUA e a Austrália, em que o país oceânico cede acesso às suas reservas de terras raras em troca de submarinos nucleares. Para a analista, ambos os acordos envolvem não apenas recursos estratégicos, mas também segurança militar, o que indica uma preparação para um possível confronto com a China. “Trump de bobo não tem nada. Ele está tentando combinar uma reserva de terras raras e metais químicos que pode brigar com a China”, afirma Biazita.
Ela ressalta que essa narrativa de confronto direto é alimentada pelos Estados Unidos, enquanto a China não demonstra intenção de entrar em guerra. Ainda assim, os acordos revelam uma movimentação geopolítica intensa para garantir autonomia tecnológica e militar em um cenário global cada vez mais competitivo.
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