Trump fecha acordos e deixa Brasil no escuro sobre tarifa de 50% | Jornal Gente

Trump fecha acordos e deixa Brasil no escuro sobre tarifa de 50% | Jornal Gente

Tem país fazendo acordo com os Estados Unidos. A China foi a primeira, já foi lá, fechou um acordo preliminar e toca, segue o jogo. E agora foi a vez do Japão. O presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos firmaram um acordo comercial enorme com o Japão num dos maiores parceiros comerciais do país. Trump, claro, naquele tom exagerado, diz que esse é o maior acordo comercial da história. Primeiro-ministro japonês, Xigero Iiba também saudou o anúncio dizendo que esse a taxação negociada entre Estados Unidos e Japão, 15%, é o menor valor até agora entre países que têm superavit comercial com os Estados Unidos. No que consiste esse acordo? E aí cada país usa aquilo que tem na mão para negociar. No caso do Japão, o Japão diz que vai investir mais nos Estados Unidos. O Japão hoje já é o maior investidor externo nos Estados Unidos e diz que vai colocar mais dinheiro lá. Não é pouco não, 550 bilhões de dólares nos Estados Unidos para que os seus produtos vendidos para os Estados Unidos sejam taxados em 15 e não em 25%, como havia ameaçado Donald Trump, onde o Japão conseguiu que os Estados Unidos cedessem e que esse acordo também fosse vantajoso pro Japão na área de veículos. Um quarto das exportações japonesas pros Estados Unidos vem hoje do setor automotivo, que representa quase 3% do PIB do país. Não é pouco não. A tarifa cai agora de 25 para 15, fazendo com que a entrada de veículos japoneses nos Estados Unidos siga sendo viável. Quem não gostou desse acordo? os fabricantes de carros dos Estados Unidos que falam o seguinte: carro japonês vai chegar aqui pagando 15 e eu que fabrico nos Estados Unidos sigo pagando 25 sobre aquilo que eu trago das fábricas que eu tenho no Canadá e no México. É aquela história, né? Em acordos comerciais sempre tem um lado descontente. O Japão é a quarta maior economia do mundo e o maior investidor estrangeiro nos Estados Unidos. acordo que foi anunciado há poucas horas, cujos detalhes a gente vai conhecer melhor ao longo desta quarta-feira. Que que mostra essa história aqui? Primeiro que Donald Trump quer sim negociar. Ele tem aquele jeito durão, baixa decreto, bate no peito, mas isso é técnica de negociação. Ele entra duro na negociação para conseguir sair com algo. Segundo, mostra também que a negociação com os Estados Unidos é difícil, requer empenho, requer dedicação, diplomacia. A negociação Japão e Estados Unidos durou meses. Durou meses. Em vários momentos parece que estancava, depois retomava até esse acordo anunciado ontem. E mais uma coisa fica clara. Aquilo que os países tinham antes de Donald Trump 2 não vai voltar. Esquece, aquela condição que existiu até janeiro de 2025 não volta mais. O cenário é outro. Cada país tem que negociar aquilo que é possível e tentar reduzir prejuízos. E enquanto isso, aqui do lado sul do globo terrestre segue a angústia de produtores brasileiros ainda no escuro. Ninguém sabe o que vai acontecer no dia primeiro de agosto, mas nesse momento a possibilidade maior é que de fato as tarifas de 50% entrem em vigor. Um exemplo agora da vida real. Agricultores do Vale do São Francisco, o maior centro produtor de frutas para exportação do Brasil. Muita gente envolvida. O principal produto agrícola em Natura que é mandado do Brasil pros Estados Unidos, sabe qual é? A manga. Os Estados Unidos compram muita fruta do Brasil, principalmente manga. O suco de laranja já vai exprimido. A manga vai na fruta mesmo. A a safra agora da do Vale do São Francisco deve ser a maior da história. E os produtores estavam todos animados. Imagina. Maior safra da história. E aí vem o tarifaço. O fruticultor Amauri Bezerra planta 50 haar da variante da manga Tomy, que é a preferida dos americanos. Esse produto não vai ter como arregimentar para outro mercado externo. E o mercado interno também não comporta. A tendência essa fruta se não for colhida dentro do programado vai se perder na roça e o prejuízo é grande para a cadeia de produção e toda outra cadeia de packing houseous, de exportação, de importação, porque tava todo mundo já com o mercado programado. Que dor dá de ouvir isso, não é? a safra ali sendo colhida e o produtor não sabe o que que vai fazer com ela. Presidente da Associação Brasileira de Produtores Exportadores de Frutas e Derivados, Guilherme Coelho, mantém a esperança por um desfecho positivo. O jogo só acaba quando termina. Então nós estamos aí querendo que aconteça uma grande novidade. A grande novidade pode ser tirar essa tarifa ou senão jogar isso pra frente, jogar para daqui a 90 dias. A gente precisa conversar, precisa rearrumar. A desarrumação é muito grande aqui na nossa região. Nós vamos ter prejuízos enormes. O Vale do São Francisco, só na fruticultura emprega 1.200.000 mil pessoas de forma direta e indireta, todo mundo nesse momento se perguntando o que é que vai acontecer.

O presidente Donald Trump anunciou um novo acordo comercial com o Japão, reduzindo tarifas de importação de veículos de 25% para 15%. Em troca, os japoneses prometeram investir mais nos Estados Unidos, com destaque para o setor automotivo — responsável por um quarto das exportações do país para o mercado norte-americano.

Enquanto isso, produtores brasileiros vivem incertezas. O setor de frutas do Vale do São Francisco, maior polo exportador do Brasil, teme prejuízos milionários com a possível entrada em vigor do tarifaço dos EUA no dia 1º de agosto. A manga, principal fruta in natura exportada pelo Brasil, pode perder o mercado americano e ser descartada em pleno pico de colheita.

#DIIA